O nome desse cachorro chama bastante atenção e as características do animal também, é bem diferente pouco conhecido, e muito raro.
O cachorro-vinagre é uma espécie de canídeo pouco conhecida tanto pelo público geral como pela comunidade científica, o que se deve principalmente à sua baixa densidade populacional e hábitos arredios.
Além disso, existem grandes lacunas no conhecimento coletado sobre a sua distribuição territorial e seus hábitos. O animal, que é de pequeno porte (mede entre 57 e 75 centímetros e pesa entre 5 e 8 quilos), possui orelhas redondas, patas curtas e costuma viver próximo a ambientes aquáticos.
De acordo com o biólogo Roberto Fusco, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e responsável técnico do Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar, o cachorro-vinagre gosta de viver próximo de cursos d’água e alimenta-se principalmente de mamíferos de médio porte, como pacas, cutias e tatus, com uma dieta exclusivamente carnívora.
Como a caça é geralmente conduzida em grupos, esses canídeos também conseguem capturar animais maiores, como capivaras, emas e veados. A perseguição pode se estender, inclusive, a áreas de águas profundas. Embora seja considerada uma espécie rara, é um animal que tem uma ampla distribuição: do sul do Panamá até o nordeste da Argentina.
Embora não haja consenso acerca da origem do nome do mamífero, existem algumas hipóteses. Há pesquisadores que afirmam que o cheiro da urina do animal é bastante forte, lembrando o vinagre. Já outros acreditam ser uma referência à cor de sua pelagem, uma mistura de vermelho e marrom que pareceria o vinagre de vinho.
No Brasil, o animal pode ser encontrado em ecossistemas bastante diversos, como a Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga. Ainda assim, é mais comum encontrá-lo em florestas e durante o dia, já que é um animal de hábitos diurnos.
O mamífero é considerado o mais sociável entre os canídeos de pequeno porte, frequentemente vivendo em bandos de 2 a 12 indivíduos. “As principais ameaças a esses animais são o desmatamento, os atropelamentos, a caça de suas presas e a infecção por doenças como raiva e sarna, transmitidas por animais domésticos”, disse Fusco.
Para Fusco, além da importância intrínseca de uma espécie em todo o contexto das interações ecológicas, ela precisa de áreas preservadas para sobreviver, o que necessariamente implica em qualidade da água dos rios e das florestas.
Por sua vez, elas melhoram os serviços ecossistêmicos, como o estoque de carbono, a diminuição de espécies exóticas e a diminuição de liberação de patógenos. “A preservação das espécies também favorece a questão do turismo ecológico para observação de fauna. Onde tem esses animais, tem biodiversidade”, explicou.
De acordo com ele, as medidas para proteger essa espécie passam por:
- Fortalecer e aprimorar os mecanismos de fiscalização e controle nas áreas protegidas e seu entorno para proibir a prática da caça ilegal e o desmatamento;
- Fazer cumprir a lei de proteção contra crimes ambientais e os Planos de Ação Nacionais para Conservação de Espécies Ameaçadas;
- Promover incentivos a quem protege a natureza; aumentar a conectividade dessas populações por meio da identificação de corredores para a movimentação das espécies;
- Promover o engajamento da comunidade local e da sociedade civil nas ações de monitoramento populacional e conservação.
Entre seus parentes mais próximos, como o lobo-guará, o cachorro-do-mato e a raposa-do-campo, o cachorro-vinagre é considerado a espécie mais ameaçada. O mamífero, cuja ocorrência é rara por natureza, é ameaçado por queimadas, desmatamento e pela redução da população de suas presas.
Além disso, ele é suscetível a doenças que infectam cachorros domésticos, o que aumenta ainda mais o risco à sua preservação. A situação é mais crítica no Paraná, em São Paulo e em Minas Gerais. Segundo a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), a espécie encontra-se quase ameaçada.
De acordo com dados do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, elaborada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, a população de cachorros-vinagre no Cerrado apresenta uma probabilidade de 100% de estar extinta em cem anos, caso não sejam implementadas ações que garantam seu bem-estar e a saúde do ambiente em que vivem.
Nesse sentido, entre 2013 e 2016, o governo brasileiro conduziu o Plano de Ação Nacional para Conservação do Cachorro-vinagre, cuja meta principal era reduzir a vulnerabilidade dessa espécie e aumentar o conhecimento que temos acerca dela, além de proteger seu habitat e melhorar o estado sanitário de suas populações.
Entretanto, apenas 17% das medidas estipuladas pelo projeto foram colocadas em prática.
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